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sexta-feira, 7 de maio de 2010

SONETO PARA VINÍCIUS, ANTÔNIO EM MEIO AOS ANJOS


Entre nuvens te vais, rumo ao país do frio.
Mas se a noite desfaz tuas claras pegadas,
luz o poema no tempo, e a flor das madrugadas
acende sobre a mesa o teu copo vazio.


Tua flauta de Orfeu teve a doçura e o brio
que a alma do povo entende; em teu canto às amadas
fez-se apelo e queixume o sonho fugidio:
consumiste em paixão as coisas desejadas.


Em teu samba chorava a sofrida ternura,
e ao ritmo do violão doce gemido era
a dor/chama do amor, eterna enquanto dura.


Agora, ergue o teu corpo e saúda o caminho:
entre os anjos te vais; e estão à tua espera
São Francisco de Assis e seu Jesuscristinho.



Waldemar Lopes
In: Cinza de Estrelas

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