Seja bem-vindo. Hoje é

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Curiosidade


O que vais buscar,
barquinho, lento e sozinho
tão longe no mar ?

Delores Pires

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"A Coruja Branca"


Em minha casa entre as árvores ouço o rumor da noite.
O vento escorraça os astros crepitantes
As montanhas descem em direcção ao mar como rebanhos
que não tivessem esperado a licença da aurora para
a migração necessária.
E a erva cresce. E a água corre. E o mundo recomeça
como uma palavra interrompida. E as nuvens caem do céu
e rastejam no caminho danificado pelas chuvas de janeiro.
Um pio atravessa a folhagem murmurante.
A coruja branca, minha irmã sedentária,
vigia na escuridão o mundo abandonado
por tantas pálpebras fechadas.

Lêdo Ivo

Como te Amo?


Como te amo?

Deixa-me contar de quantas maneiras.

Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites do

Ser e da Graça ideal.

Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.

Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;

Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.

Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.

Amo-te com um amor que me parecia perdido quando
perdi os meus santos amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!

E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.

(Elizabeth Barrett Browning)