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domingo, 17 de janeiro de 2010

'A TRISTEZA DAS MÃOS'



Mãos tristes, sulcadas de rugas,
Que choram em silêncio a dor de envelhecer...

Pensar que já foram a alma festiva,
A graça inocente dum berço, num lar.
Frágeis mãozinhas, de dedos rosados,
Brincando com a vida.
Rainhas de um mundo de legenda,
Maleável e submisso ao seu comando.

Pálidas mãos, sulcadas de renúncias!

Mãos que foram jovens, belas e triunfais,
Confiantes em si mesmas, todo-poderosas,
Capazes de curvar a fronte mais altiva,
E de alterar o curso eterno das estrelas.

Tímidas mãos, que se apagam na sombra!

Mãos feitas de luz, doces mãos liriais.
Companheiras intrépidas e leais,
Solícitas e compreensivas.
Cheias de incentivo e paciência,
Misericordiosas mãos maternais.

Velhas mãos solitárias,
Como dói recordar!


Helena Kolody
de seu primeiro livro- 'Paisagen Interior'- 1.941-
que a autora dedicou a seu pai.

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